Durante 2020, grande parte da população passou a enxergar no comércio eletrônico uma excelente opção para comprar produtos e serviços. Porém, de acordo com o Borderless Commerce Report 2021, que destaca as tendências globais do comércio eletrônico, 57% dos compradores digitais fizeram pelo menos uma compra no exterior, sendo 78% pelo smartphone. Entre os principais países em que compram estão China (com 56% de respostas dos entrevistados); EUA (com 26%) e Japão (com 7%).
Segundo o CEO da agência de marketing digital e implementação de e-commerce Go Biz, Ricardo Domingues, é importante que as empresas de comércio eletrônico se atentem a esse tipo de informação, para entenderem o que é preciso ser feito para que o poder de compra se volte para o Brasil. “O hábito da compra online, acentuado na pandemia, fez com que as pessoas passassem a confiar mais nesse tipo de aquisição. Isso faz com que a concorrência das empresas brasileiras passe a ser também as lojas do exterior”, afirmou o empresário.
Na visão de Domingues, a concorrência está relacionada a produto, preço, prazo de entrega, overdelivering e especialmente à experiência de compra. “Vários são os fatores que levam uma pessoa a comprar no digital e a preferência a uma loja em detrimento de outra envolve cada detalhe. O poder de compra sempre está nas mãos do cliente e as empresas precisam entender bem suas preferências para oferecer algo mais próximo do que eles consideram ideal”, disse.
Quando se trata de compra internacional, o CEO da Go Biz afirma que também existe o interesse pelo novo, que está atrelado ao status. “Dependendo da compra, a ostentação da aquisição aos amigos da rede, muitas vezes, vale mais que o próprio produto. Isso exige do comerciante local algo que realmente fidelize o cliente, para fazer com que ele escolha você e não uma empresa estrangeira”, afirmou.
Outro dado do Borderless Commerce Report 2021 é que 80% dos brasileiros que responderam à pesquisa disseram ter experimentado novas marcas ao comprar online em 2020, assim como afirmam ter desenvolvido novos hábitos de consumo durante a pandemia. “Outro fator de alerta para quem trabalha com e- commerce no Brasil. Inovar a sua linha de produtos, o site e a comunicação com o seu público pode ajudar na fidelização que comentei anteriormente”, ressaltou.
O empresário acredita que estar atento ao mercado e às tendências é o caminho mais certeiro para permanecer no mercado e não precisar se preocupar com as concorrências do exterior. “As empresas que fizerem seu papel, com dedicação ao cliente, marketing assertivo e um e-commerce bem estruturado não têm o que temer”, salientou.
A pandemia permitiu que países como o Brasil experimentassem migrações massivas para as compras online, o que é um ponto positivo para empreendedores. “Agora, basta que os negócios estejam em consonância com as novas exigências do consumidor para prosperarem”, finaliza Ricardo Domingues.